sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Cinzas


... Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consomem cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com essa fome na boca...

É feio? Sinceramente não sei, mas é triste. Amores desperdiçados, amigos substituídos e assim foi por muito tempo. Tudo sempre foi superficial demais, custava caro manter os relacionamentos. Hoje o gosto das cinzas ainda estão na minha boca, esperando o momento de engolir a seco tudo que sobrou do passado. Sou a mesma, mas algo mudou. Não quero mais perder ninguém, ser inteira em todos os sentimentos. E, quando a compreensão daquilo que eu não queria entender for claro o suficiente, a fome não estará mais em minha boca e o coração estará aberto para novos sentimentos. Sempre estarei aqui para aprender com a vida. Quero sempre mais...

(Caio Fernando)

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