domingo, 11 de julho de 2010

Não sei...

"...Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê."

(Luis de Camões)

Soneto da Perdição

"... Murcham flores nos campos por que passo
Exilado em angústias já maduras.
O que sou não sei bem, nem o que faço.
Débil luz entrevejo nas clausuras
Das fatais emoções em que desfaço
A antiga vocação das coisas puras.

Viajante que perdeu os seus roteiros
Por querê-los é que ando em desatino...

Quanto mais de meus rumos me aproximo
Mais sinto que de mim próprio me afasto."

(João Carlos Teixeira Gomes)